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Pedra romana no campanário

por Helder Robalo, em 23.01.08
Na passada segunda-feira, dia 21, um grande historiador da zona do Sabugal, chamado Fernando Patrício Curado, esteve na nossa aldeia e, voluntariamente e com a devida autorização da Junta de Freguesia, limpou a pedra que está inserida na parede do campanário e que se encontra voltada para a estrada.
Essa limpeza consistiu apenas na remoção de restos secos de heras que estavam a cobrir os "traços" das letras. O engenheiro Fernando Curado - que já escreveu um artigo sobre o património arqueológico da nossa terra
[1] - fotografou a pedra, para que depois a pudesse estudar em casa, utilizando uma técnica que faz realçar as sombras. Desta forma é possível identificar todos os relevos da pedra.

Por agora, o engenheiro Fernando Curado explicou-me que será uma pedra romana pertencente a um jazigo, o qual terá sido feito por "ordem" do testamento escrito, ou talvez tenha sido também um "ultimo desejo". Este historiador explicou ainda que esta pedra está "de pernas para o ar", ou seja, na altura de construir o campanário ela foi colocada ao contrário.

Para já não sabemos mais nada, mas assim que haja mais pormenores, estes serão descritos, o mais rápido que for possível, neste blogue.


David Martins


Nota: Confesso que fiquei muito surpreendido quando o David entrou em contacto comigo a contar-me esta história e a dizer que um historiador tinha entrado em contacto com ele depois de ver o que aqui escrevemos num texto anterior sobre esta pedra.
O David contou-me ainda que a primeira e grande preocupação do engenheiro Fernando Curado foi a de que pudéssemos fazer alguma coisa na pedra com o intuito de procurar descobrir o que lá estava gravado.
Felizmente, neste caso, as nossas pretensões de divulgar o nome de Aldeia de Santa Margarida não vão tão longe assim. Primeiro porque não temos conhecimentos técnicos que nos permitam fazer tal coisa. Depois porque nunca iríamos fazer algo sem autorização da Junta de Freguesia ou da igreja (confesso que não sei bem qual será a entidade responsável pelo campanário).
De qualquer modo, fico para já ansioso por saber novidades desta investigação do engenheiro Fernando Curado. Tal como agradeço já, em nome dos responsáveis deste blogue, o interesse que mostrou, e tem mostrado, pelo património da nossa aldeia.

Houvesse mais gente assim.
O nosso grande bem haja!

Helder Robalo

</span>

</span>[1] Fernando Patrício Curado, Fragmento de ara de Aldeia de Santa Margarida, “Ficheiro Epigráfico”, Nº. 17, inscrição 78, Coimbra 1986.

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publicado às 01:04

Mais vistas da Aldeia

por Helder Robalo, em 22.01.08
Mais uma foto que é o resultado de uma montagem de três fotografias tiradas em sequência no passado dia de Natal.
A luminosidade não é propriamente igual em todas. No entanto, novamente, o essencial é mais uma imagem de uma das vistas da nossa aldeia.

Espero que gostem!





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publicado às 21:31

Janeiras

por Helder Robalo, em 21.01.08
As Janeiras é um das tradições da nossa aldeia, e como já acontece há uns anos, alguns jovens (foto) juntam-se para não deixar parar esta tradição.

Este ano, em Aldeia de Santa Margarida, já se cantam as janeiras, começou-se hoje mas sem haver ainda uma data limite para terminar, pois tem de se conciliar a escola com as Janeiras.
Como já foi dito, as Janeiras são feitas por jovens, e estes são cada vez menos, ou seja, sem juventude que ponha mãos à obra, daqui a alguns anos muitas tradições se terão perdido.

Esperemos que isso não aconteça.

David Martins

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publicado às 23:48

População estudantil - 34 anos depois

por Helder Robalo, em 16.01.08
Com o passar dos anos muitas coisas mudam, umas para melhor e outras para pior.
Hoje ao consultar um dos arquivos do Jornal Raiano, disponível na biblioteca da Escola EB 2,3/S. José Silvestre Ribeiro, encontrei no jornal de Dezembro de 1974 uma referência aos alunos existentes, nesse ano, na escola primária de Aldeia de Santa Margarida.
No ano de 1974, segundo o publicado no Jornal Raiano, a escola primária de Aldeia de Santa Margarida tinha 49 alunos, 25 ao cargo do professor José Marcelo (16 alunos no 4.º ano e nove alunos no 3.º ano) e 24 ao cargo da professora Maria Sequeira (14 alunos 2.º ano e dez alunos no 1.º ano).

No ano de 2007 a escola fechou por falta de alunos...

Estes 34 anos podem caracterizar não só a decadência da nossa escola, mas também da nossa aldeia, que infelizmente tem vindo a perder população...

David Martins

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publicado às 21:15

Retratos da nossa terra

por Helder Robalo, em 15.01.08
O nosso conterrâneo e amigo Luís Fernandes Estácio enviou-me ontem três fotografias com cerca de trinta anos, onde podemos recordar a nossa aldeia e algumas das suas tradições.

Em primeiro lugar, assinalada com o número 1, temos uma fotografia do Luís junto à placa do cruzamento de aldeia, lugar muito procurado pelos jovens de então para apanhar um pouco de ar fresco e conversar, como ele nos conta.
De seguida, com o número 2, o Luís envia-nos uma fotografia a mostrar como então se malhava o pão (centeio), numa altura em que poucos dispunham de maquinaria para o fazer.
Por fim, na terceira fotografia (número 3) temos a imagem de São Sebastião a chegar ao adro da igreja, em dia de procissão. Curioso ver a nossa Igreja Matriz caiada de branco e bem diferente, por fora, do que podemos ver actualmente.

Esperando que todos gostem destas fotografias, e que, sobretudo, vos traga à memória muitas recordações, resta-me agradecer publicamente ao Luís o envio destas três fotografias. Deixando a porta aberta para que ele, assim como todos outros que visitam, nos continue a presentear com tão doces memórias.


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publicado às 16:30

Hoje, dia 13 de Janeiro, na pequena sala da igreja (junto à sacristia), discutiu-se uma proposta de agenda com acções a serem realizadas por uma comissão organizadora, constituída no presente dia, com o objectivo de comemorar os 300 anos (1708 - 2008) da nossa Igreja Matriz.

As acções a realizar, não serão aqui divulgadas, para já, pois trata-se, como já disse, de propostas de acções e não há a confirmação de nada. Na devida altura, será publicado neste blog uma descrição de toda a actividade, bem como o seu desenrolar durante o(s) dia(s).

Se tudo for cumprido, garanto que iremos ter um ano bem diferente!!!

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publicado às 23:55

300 anos da Igreja Matriz

por Helder Robalo, em 12.01.08
Como se pode ver na foto, em cima da porta lateral da igreja está uma inscrição com o ano de 1708, ano em que a nossa Igreja Matriz foi reconstruída.

Com a chegada deste novo ano de 2008, a nossa Igreja Matriz faz três séculos de existência e com a ajuda do Sr. Padre Luís Moreira, formar-se-á uma Comissão Organizadora para que se possa desenvolver ao longo deste ano algumas festividades que visam comemorar estes três séculos de existência da nossa Igreja Matriz.

Esperemos que sejamos capazes de honrar os nossos ascendentes e o seu magnífico trabalho em Aldeia de Santa Margarida.

David Martins


P.S. - Obviamente, toda e qualquer iniciativa desta Comissão Organizadora que nos seja comunicada será aqui devidamente noticiada!

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publicado às 16:28

As vistas na nossa aldeia

por Helder Robalo, em 08.01.08
A foto é o resultado de uma montagem de quatro fotografias tiradas em sequência no passado dia de Natal. Infelizmente, a luminosidade não é igual em todas e é possível perceber alguns traços em que o azul do céu se torna mais claro ou mais escuro. No entanto, o essencial é a imagem de uma das vistas da nossa aldeia, com a Serra da Estrela em fundo, bem coberta de nuvens.
Espero que gostem!

Aldeia Vista 01

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publicado às 00:30

A ASAE e a Aldeia de Santa Margarida

por Helder Robalo, em 06.01.08
Num comentário ao texto que coloquei aqui sobre o fecho dos cafés em Aldeia de Santa Margarida, após uma intervenção da ASAE, a Luísa Paulino recomenda a leitura de um texto escrito pelo cronista António Barreto, publicado no jornal Público a 25 de Novembro de 2007.

Para facilitar a vida de todos, transcrevo aqui o texto, socorrendo-me do "apoio" do blogue
Sorumbático.


Eles estão doidos!

Por António Barreto

A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da “fast food”, para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e “petiscos”, a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.

A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.

EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!
Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.
Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.
Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.
Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.
Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.
Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.
Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.

AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.
Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.
Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.
No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta “produto não válido”, mesmo que esteja vazia.
Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.
Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.
Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.
Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.
Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.
As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.
As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.
Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.
Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.
O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.

TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro.

«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007

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publicado às 21:20

Passagem de ano

por Helder Robalo, em 04.01.08
Pelo que me conta o David, foi animada a passagem de ano Aldeia de Santa Margarida. O jantar - que como tinhamos dito aqui foi composto de canja; arroz de marisco; ensopado de borrego; arroz doce; salada de fruta - contou com a participação musical de um artista que foi cantando umas musiquinhas para animar o pessoal.

Música, animação, baile e as horas a passar até ao momento esperado: a meia noite. Deglutidas as passas e bebido o champagne - com os desejos para 2008 expressos na mente de cada um - a festa continuou pela noite dentro. Sempre animada e, inclusivé, com direito a um momento de karaoke que, ao que parece, fez grande sucesso entre os convivas.

Para que possam ficar com uma ideia do que foi a passagem de ano na nossa aldeia, deixamos aqui algumas fotografias enviadas pelo David.


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publicado às 22:58


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