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Blogue para aqueles que têm raízes nesta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova e não tiram do pensamento a aldeia que os viu nascer. Pretende-se divulgar a história e cultura da Aldeia e dar a conhecer o que por aqui acontece!
Helder:
Penso que esta foto comprova o nome que muitas pessoas atribuem à nossa Aldeia. A Rua do Bruxo é apenas uma pequena amostra resultante de um hábito bastante peculiar das pessoas da Aldeia, plantando roseiras e outras plantas entre as pedras da calçada. Esta foto foi tirada em Maio, precisamente a altura em que as plantas mostram o seu esplendor, por todas as ruas da nossa terra.
Assim seja por muitos e bons anos.
Rui Reis
Aldeia de Santa Margarida. A terra que me viu nascer e crescer e na qual tenho um orgulho imensurável. Neste “ecossitema de bons costumes e velhas tradições”, fui moldando a minha maneira de ser e estar, ao longo de toda a minha infância.
Como particularidades que a distinguem de outras aldeias beirãs, entre muitas artes e ofícios destacam-se algumas que acabam por atribuir designações à própria Aldeia, refletindo o orgulho dos seus habitantes e o reconhecimento dos que a vão conhecendo. A “Terra dos Fogueteiros” ou a “Aldeia das Flores”, são apenas duas delas. A primeira designação prende-se com o facto de existir na Aldeia, desde tempos que poucos se recordam, uma família que ao longo de várias gerações, tem mantido a arte e o engenho da pirotecnia vivo e de boa saúde. A segunda está ligada a um hábito também muito antigo de plantar roseiras, sardinheiras, margaridas e outras plantas de bela floração, em todas as ruas da Aldeia. Curiosamente, cada habitante adorna a frente de sua casa com as plantas que obtiver, junto à parede da casa, retirando apenas uma ou duas pedras da calçada, para poder plantar.
Mas a razão principal que me impeliu a levar até vós esta jóia (ainda por lapidar) da nossa etnografia nacional, foi para dar a conhecer a tradição da quadra que agora se cumpre: O Natal.
Para descrever o Natal da minha Aldeia e aquilo pessoalmente me emociona nesta altura do ano (até agora sempre passada na Aldeia, excepto este ano…), poderia até começar a pensar em iniciar os contactos com eventuais editoras (um livro… hmmm… pensando bem, isso é que era de valor…), mas para já, sem querer tornar extensivo o tema, apelo à vossa curiosidade para visitarem o blog da Aldeia
http://aldeiadesantamargarida.blogspot.com
Aqui poderão ver fotos e vídeos, representativos de alguns aspectos de maior relevância e tradição: O Madeiro, A Missa do Galo, O Balão e “o Fogo” (de artifício, claro). Este blog, brilhantemente gerido por um grande amigo que também é “Filho da Terra”, o Helder Robalo, que pelo facto de também não residir na Aldeia (é jornalista e trabalha no Diário de Notícias do Porto…), conta com a preciosa colaboração de alguns residentes (David Martins, Samuel Pereira, entre outros), os quais vão auxiliando no levantamento in loco dos assuntos de relevo, criando este blog que, para mim e para muitas pessoas que não residem na Aldeia mas que gostam de saber o que se vai passando, é de grande importância. Ao Helder e seus colaboradores o meu sincero Bem Hajam.
Fiquem, para já, com um cheirinho a Natal da minha Aldeia, clicando no link acima mencionado. Como também poderão constatar no blog, este ano e pela segunda vez, o Natal da Aldeia foi brindado com reportagem da SIC.
Boas Festas santa santa santa santa santa santa santa
Queijinhos e Bagaços (que nestes dias de frio até dão jeito para aquecer!!!…)
Rui Reis (Beirão de coração, Setubalense por adopção)
A propósito da noticia da visita do Sr. Bispo à nossa Aldeia, veio-me à memoria na 1ª. visita do Bispo à nossa terra. (que eu me lembre).
Estávamos no ano de 1955 (se bem me lembro), e porque tinha sido doado por testamento do Dr. Domingos Megre, a "Casa Grande" à diocese de Portalegre e Castelo Branco. E, quando o Sr. Bispo veio tomar posse da herança, foi uma festa na Aldeia. Lembro-me duas horas antes, viemos todos para o RAMAL E PARA O ALTO DO CEMITÉRIO, esperando que sua EMINENCIA chegasse, e por vezes ( nestes casos há sempre atrasos), ouviam-se vozes: já vem nos ESCALOS, outra vez dizia-se, já vem em S. MIGUEL DE ACHA. Finalmente chegou, e o nosso pároco (que creio que era o PADRE PINHEIRO), deu-lhe as boas vindas, com foguetes e tudo, mais, o Sr. Bispo que era uma pessoa muito generosa, ofereceu uma roupa nova a um dos meninos de uma família pobre da nossa Aldeia.
Tudo isto são memórias da nossa Aldeia.
Um abraço do António Camejo
Recordações de viagem
Na Igreja revi a pia batismal onde fui batizado, e construída pelo meu avô Manuel Dias Peixoto ou "Manuel Pedreiro".
Na antiga escola onde aconteceu o caso do piso que levantou e hoje é casa do concelho, tem esculpida uma estrela de 5 pontas, encimando o portal feita pelo meu pai Francisco António Dias ou "Chico Pedreiro". Era intenção dele também esculpir a foice e o martelo, símbolo comunista. Foi preso antes, só pela estrela. Até hoje algumas pessoas me disseram que tinham medo de falar com ele para não se comprometerem. Afinal isso tudo se passou durante a ditadura, e ele era chamado de Comunista. Com outras relembrei as sovas que tomávamos da Professora Isabel.
Ao conterrâneo António Camejo quero dizer que também estudei com a professora Gabriela. Em uma sala só para a 1ª e 3ª classe. Ela dava uma cópia para 1ª e ditado para a 3ª. Eu fazia a cópia rápido e começava a fazer o ditado. Pronto. Ela já me punha de castigo. Após a aula, todos iam embora e eu fica preso até mais tarde. Como não chegava em casa vinha a minha mãe (Maria Curto) no meu encalço. Levava também uns safanões porque era desobediente. Vai entender esta vida.
Abraços e saudações a todos
Luís Curto Dias, São Paulo, 25 Dez 2008