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Blogue para aqueles que têm raízes nesta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova e não tiram do pensamento a aldeia que os viu nascer. Pretende-se divulgar a história e cultura da Aldeia e dar a conhecer o que por aqui acontece!
Na semana passada ocorreu na nossa aldeia mais um incêndio florestal, na zona por detrás do campo da bola. Aqui ficam algumas imagens gentilmente enviadas pela Ana Leal.
Tradições Pascais e cânticos únicos no país
Idanha-a-Nova candidata a património da humanidade
As tradições quaresmais e pascais do concelho de Idanha são manifestações ímpares e únicas no país. Por isso mesmo, o concelho raiano pode vir a candidatar-se a Património Imaterial da Humanidade, junto da Unesco.
Reconquista / Cristina Mota Saraiva
12:43 Terça-feira, 30 de Jun de 2009
O concelho de Idanha-a-Nova poderá vir a candidatar-se a Património Imaterial da Humanidade, junto da Unesco.
A ideia saiu do Colóquio Internacional "Memória e História Local", que juntou investigadores, diversos académicos, estudiosos, para além de alunos, no Centro Cultural Raiano.
Uma iniciativa do Centro de História da Sociedade e Cultura da Universidade de Coimbra e da Câmara Municipal idanhense e que, segundo o autarca foi bastante proveitosa.
"Daqui saíram diversas ideias umas que já estamos a colocar em prática, o que significa que estamos no bom caminho, e outras inovadoras e que não vão cair em saco roto", afirmou Álvaro Rocha. Dentro dessas ideias foi aventada a hipótese de candidatura à Unesco, que o autarca viu com bons olhos.
"É uma ideia a estudar, para ver se tem viabilidade, ou não. Nós estamos disponíveis para isso", continua. Revela que vai reunir um conjunto de especialistas, que têm desenvolvido estudos aprofundados sobre o concelho, e dar-lhes aval para estudar e analisar esta possibilidade.
"Temos várias manifestações da religiosidade popular preciosas, não me parece que seja difícil enquadrá-las dentro do património imaterial. Só precisamos de saber quais as reais condições para concretizar isso", refere ao Reconquista o presidente da Câmara.
E reconhece que, se for possível concretizar a candidatura, será uma aposta bastante interessante, volumosa e dignificante para o concelho raiano.
Depois da intervenção do investigador António Catana, a plateia mostrou-se entusiasmada com os diversos oradores da manhã.
No entanto, foram as revelações deste historiador, que há cerca de 40 anos se tem dedicado à descoberta e preservação das mais díspares tradições do concelho de Idanha, que abriram o debate. E foi aí que surgiu a ideia da candidatura.
António Catana tem vindo a revelar aquele concelho e simultaneamente a atrair outros investigadores para o terreno.
Por isso, quando abordado pelo Reconquista para saber da viabilidade do concelho da Idanha ser considerado Património Imaterial da Humanidade, considera-se suspeito.
"As tradições quaresmais e pascais do concelho, bem como o manancial de canções de trabalho e religiosas que aqui existem são manifestações ímpares, dado que há muito foram olvidadas, na maioria das comunidades do interior do país. Somos o único concelho que mantém algumas destas tradições que assentam na profundeza dos séculos ", destaca.
E os exemplos são mais que muitos. O investigador apresentou-os na sua alocução e a admiração foi evidente. As Cabeleiras, a Encomendação das Almas, a figura mítica de Santa Maria Madalena, o Comer da Parva, a Ceia do Senhor... e tantas, tantas outras que deixaram os assistentes siderados e entusiasmados.
As pinturas da Matriz
Para além destas revelações, a admiração geral ficou bem patente na exposição inaugurada antes do início dos trabalhos.
Foram apresentadas pinturas pertencentes à Matriz de Idanha-a-Nova e agora restauradas e recuperadas.
Como explicou o Comissário desta exposição, Joaquim Oliveira Caetano, director do Museu de Évora, que já havia comissariado a exposição das comemorações dos 800 anos de Idanha, estas telas não foram exibidas porque se apresentavam em muito mau estado e não havia hipótese de as tratar. Nessa altura, optou-se por tratar, recuperar e apresentar o acervo quinhentista, em madeira.
Estas são pinturas setecentistas muito mal conhecidas, não tendo sido possível identificar o seu autor. "Estas telas datam da primeira metade do séc. XVIII, período em que a pintura regional, fora dos grandes centros, não está muito estudada", refere o comissário, esperando que agora os peritos se debrucem sobre elas.