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Blogue para aqueles que têm raízes nesta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova e não tiram do pensamento a aldeia que os viu nascer. Pretende-se divulgar a história e cultura da Aldeia e dar a conhecer o que por aqui acontece!
Os nossos amigos da Turma Lusa dedicaram três páginas à nossa tradição de Natal no seu último Informativo Virtual "Pirilampo". Eis o que escrevem:
Na Aldeia de Santa Margarida, concelho de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, o lançamento de balões em época de Natal vem de tantos anos atrás, que nem mesmo os seus próprios habitantes, entre eles os mais idosos, conseguem lembrar em como começou esta tradição.
O facto é que ela já perdura por várias dezenas de anos e toda a Aldeia de Santa Margarida festeja o Natal logo após a missa do Galo em sua Igreja Paroquial. Com o grupo animador de bombos “Os Tapori a Bombar” que percorreram as ruas com ruidoso tocar, estes também iam lançando de vez em quando seus balões de 1 metro de altura.
Os balões de maior envergadura ficaram a cargo do Tio Zé Robalo que já há largos anos é o principal baloeiro desta localidade e que lançou um balão carregando uma pequena carga de fogo-de-artifício que iluminava o céu com uma densa luz verde.
Outros dois balões superiores a dois metros de altura, que foram oferecidos pela Turma Lusa de Lisboa (grupo organizado de baloeiros) também brilharam no céu, sendo que foram lançados um na noite de Natal e o outro no dia de Natal. A estes dois balões coube comandar o lançamento o Sr. Francisco e David Martins (pai e e filho), que este ano coube ao último ser o principal organizador do evento. Apesar do mau tempo que há muito assolava toda a região, ocorreu uma pausa na chuva, o que fez com que as condições climatéricas permitissem lançar os balões com êxito.
A tradição natalícia na Aldeia de Santa Margarida é muito forte e outras manifestações importantes que também ocorrem neste dia são o lançamento de fogo de artifício e a fogueira de grande dimensão que é acesa em frente à Igreja Paroquial.
Esta pequena localidade mantém o seu capricho nesta época, pois até várias ruas são decoradas de enfeites com inúmeras lâmpadas. A sua população já acostumada a estas manifestações tradicionais, mantém forte presença e participação a cada ano que passa.
A divulgação de sua tradição também passa pelo empenho de dois “colaboradores da terra” que são: David Martins e Helder Robalo, que juntos criaram um site dedicado a Aldeia de Santa Margarida, que divulga todos os acontecimentos e factos importantes ligados àquela região, com publicação de fotografias de eventos que se realizam durante o ano.
Para quem quiser apreciar este site, deixamos aqui registado o endereço: aldeiadesantamargarida.blogs.sapo.pt
Cumprida a tradição, fica a promessa de que para o Natal de 2010 tudo volte a acontecer cada vez mais com entusiasmo e dedicação a que os habitantes de Aldeia de Santa Margarida vem nos proporcionando e que se torna um verdadeiro exemplo a seguir por outras localidades de Portugal.
Entretanto, ficamos também a saber, através deste Informativo Virtual, que esta nossa tradição dos balões na noite e dia de Natal já não é afinal única em Portugal. Também em Faro se realiza, há dez anos, idêntica iniciativa.
Mesmo assim, Aldeia de Santa Margarida leva vantagem não só pela antiguidade - 55 anos como atrás recordei - como pela própria envolvência.
O Jornal da Madeira destacou hoje o nosso blogue como um dos blogs e sites do dia.
Nós agradecemos o destaque, naturalmente.
Na caixa de correio electrónico estavam algumas fotografias para publicação que, por diversos motivos, me tenho esquecido de aqui colocar.
Mas, repondo a normalidade, com um pedido de desculpas pelo atraso, aqui ficam as fotografias referentes à Festa Infantil de Natal. Mais uma vez com um enorme bem haja à Ana Leal, incansável na ajuda a este espaço.
Entretanto ainda tenho mais duas fotografias enviadas pela Ana, referentes a uma celebração eucarística com as nossas crianças e o padre Luís Moreira Bernardo. Mas preciso de ajuda que já não me lembro de que celebração era. Agradeço colaboração.
Uma aposta ganha na zona histórica
São inúmeras as actividades desenvolvidas. Os espectáculos culturais e, sobretudo, as exposições de arte sacra e de arte pastoril, granjeiam muito público. O sucesso está garantido para o Fórum Cultural de Idanha-a-Nova.
21 de Janeiro de 2010 às 15:49h
O Fórum Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, é um espaço que, lentamente, tem vindo a ganhar adeptos e a cativar público. Para além de toda uma panóplia de organizações e iniciativas, destacam-se os espectáculos musicais que ali têm decorrido e onde há sempre uma freguesia convidada.
A culminar esteve o espectáculo de André Sardet, que assinalou os dois anos do espaço, como noticiámos oportunamente.
Mas, um dos pontos fulcrais do Fórum de Cultural tem sido o divulgar da arte religiosa.
Até agora, já foram apresentadas três exposições relativas à imaginária, alfaias religiosas e demais objectos, “que são sinais visíveis das vivências espirituais, de ritos e de rituais da época, relativas às Paróquias de Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha, Alcafozes, bem como uma outra com preciosas peças de estatuária da Colecção Particular do Padre João Pires de Campos, que fora doada ainda em vida à Câmara Municipal com o compromisso de serem expostas no seu torrão natal, Penha Garcia”, esclarece António Catana, um dos responsáveis por toda esta dinâmica do Fórum.
Agora, está presente no local a quarta exposição, relativa às Paróquias de S. Miguel Arcanjo e Santa Margarida, cuja selecção contou com a colaboração do pároco de ambas as paróquias (S. Miguel d’ Acha e Aldeia de Santa Margarida), Padre Luís Moreira Bernardo.
Os aspectos que passam despercebidos ao normal visitante, que ali vai para apreciar as belezas, sem saber todo o trabalho que se esconde por trás de um projectos destes, consistem na valorização de todo o espólio religioso do concelho e no descobrir de peças que estavam escondidas em recantos, na sua maioria degradadas e às quais não se dava o devido valor.
Por outro lado, todo o espólio fica registado e fotografado e as peças passam pela Oficina de Conservação e Restaura do Centro Cultural Raiano e levam um tratamento de forma a que possam ser expostas. “Com antecedência, vamos entregando as peças que queremos expor e estas vão sendo recuperadas”, confirma António Catana.
Este tipo de exposição é também positivo porque vem valorizar todo um património ao alcance apenas da vista de alguns. E as pessoas ficam orgulhosas de ver as peças das suas paróquias expostas.
O Tochão Metálico para Círio Pascal (S. Miguel d’ Acha) é uma das peças que encontramos logo ao penetramos no pequeno espaço da mostra, mas perfeitamente adequado ao fim destas exposições. Uma peça perfeita, toda martelada à mão e de uma imponência e preciosidade que saltam à vista.
Também a imagem de S. João Batista (S. Miguel d’a Acha) nos rouba o olhar. Com mais de um metro de altura, esculpida em madeira, pintada, apresenta um porte atlético, coberto de peles, com o dedo indicador da mão direita dirigido para o ‘Cordeiro de Deus’.
As sacras, diversos tipos de aras (sempre com uma relíquia incrustada), um missal romano e livros de teatro eclesiástico são outras raridades presentes na exposição
Sobre o teatro eclesiástico, António Catana lembra que eram feitas representações durante o Natal, os autos, como forma de dar a conhecer um pouco da história religiosa e também para distrair as pessoas.
E estão lá, também, os livros das Pastorais. Noutros tempos, bem longe das máquinas de escrever e muito mais dos computadores, os documentos emanados pela diocese vinham para os Arciprestados e eram copiados, à mão, pelos padres, girando de paróquia em paróquia.
Também ali se encontra uma foto daquela que pode ser considerada a Custódia mais valiosa de todo o concelho. Toda banhada a ouro e toda trabalhada, com um cinzelamento perfeito.
Santa Bárbara (Aldeia de Santa Margarida) é outra das imagens já bastante antigas, para além de que, segundo António Catana, no concelho não conhece mais de quatro e esta “é bastante antiga, provavelmente do séc. XVIII”.
Destaca-se, ainda, a umbela, em damasco, parecida com uma sombrinha. “Era utilizada para acompanhar o viático, o Sacramento da Eucaristia, quando o sacerdote se dirigia a casa de um doente em caso de doença prolongada ou aos que estavam em perigo de vida.
Mas há mais e para melhor perceber, só mesmo vendo. Até porque quem entra no Fórum Cultural Raiano é sempre acompanhado. Todas as pessoas que aqui trabalham sabem explicar a exposição. António Catana chama-as e dá-lhes a conhecer todos os pormenores. “Elas próprias vão perguntando, são muito interessadas”, refere.
O Fórum Cultural Raiano acabou de completar dois anos de existência mas, entre todas as actividades que desenvolveu, incluindo visitas guiadas de turistas, já recebeu mais de sete mil pessoas. Os números falam por si e só confirmam o excelente trabalho desenvolvido.
Como todos sabem, a nossa aldeia é conhecida pela sua tradição natalícia de beijar o Menino Jesus e, de seguida, assistir junto à Igreja Matriz, ao lançamento do balão de ar quente e do fogo-de-artifício.
O que muitos se têm interrogado é há quanto tempo começou exactamente esta tradição. Muitos são os que dizem muitos anos, mas poucos nos sabem precisar quantos anos são esses "muitos anos".
Ora, tanto quanto consegui apurar, esta tradição natalícia já se realiza há 54 anos. Segundo soube este ano na nossa aldeia, a primeira vez que se lançou o balão foi no Natal de 1955 graças ao empenho de vários jovens que, nesse ano, iriam cumprir serviço militar.
De então para cá foram muitos os que se foram empenhando para manter viva esta tradição. Como o nosso presidente da junta recordava, em entrevista à SIC no Natal de 2008, muitas vezes, ao longo do ano, várias mulheres da aldeia ocupavam parte do tempo a adornar as faixas dos balões que seriam lançados na Noite de Consoada e no dia de Natal.
Esperemos, hoje, como ontem, que esta tradição não se perca e que no Natal deste ano os céus de Aldeia de Santa Margarida, essa linda freguesia do concelho de Idanha-a-Nova, se voltem a colorir com o lindo balão de ar quente.
Um enorme bem haja à equipa do Sapo que, mais uma vez, e desde ontem, nos colocou em destaque na página dos Blogs da Sapo.
Agora já nem tanto, mas antigamente era bastante usual na nossa aldeia cada família ter o seu bacoro ou bacro. É que criando este animal, o bacreiro - o homem que guardava os bacros - e a sua família tinham sempre garantidos alguns mantimentos, como chouriços, farinheiras, morcelas, presunto, toucinho e várias outras carnes do porco - ou bacoro - que podiam assim servir de sustento ao agregado familiar.
Agora, com o desenvolvimento dos tempos, o aparecimento das grandes superfícies e a facilidade de transporte de um lado para o outro, já são raros os que ainda têm o seu bacoro. É claro que nem sempre a carne comprada no supermercado ou no talho tem o mesmo sabor daquela que era criada tradicionalmente. Mas, claro, é muito mais fácil assim.
Acabamos de atingir as 50 mil visitas. Um facto que consideramos extremamente positivo tendo em conta que se trata de um blogue sobre uma pequena aldeia do concelho de Idanha-a-Nova.
Em pouco mais de quatro anos, desde 25 de Novembro de 2005 mais precisamente, recebemos 50 mil visitas num espaço que teve mais de 110 mil páginas visitadas.
A todos e a cada um dos visitantes um enorme bem haja.
P.S. 1 (15:50, 14.01.2010) - Por um qualquer motivo que não sei explicar - mas que depreendo esta ligado a problemas nos servidores da sitemeter, grande parte das visitas de ontem e todas as de hoje desapareceram do contador de visitas. Daí, neste momento, o contador não ter atingido ainda as 50 mil visitas.
P.S. 2 (16:22, 15.01.2010) - O problema parece estar resolvido e as visitas em falta repostas.
Chegaram-nos mais fotografias, entretanto. Estas enviadas pelo Samuel Pereira.
Com um enorme bem haja.