por Helder Robalo, em 26.05.10
Figura ímpar na nossa região, percorria quase todas as aldeias do concelho de Penamacor e de Idanha, sempre errante e sem poiso certo, vivendo e alimentando-se do que as pessoas de bom agrado lhe facultavam. Li este artigo no jornal Raiano de 15 de Abril e lembrei-me de partilhar com todos aqueles que, como eu, passaram a infância a ouvir: "Come as batatas senão vem lá o Tonho D'Aldeia!". Já na altura (com os meus 6 ou 7 anos) me parecia que essa tentativa de comparar o homem ao "papão" advinha apenas da sua aparência e não da pessoa que realmente era.
Lembro-me também que um dia meti na cabeça que ainda havia de fazer um desenho do Tonho D'Aldeia.
Como nunca tive a corragem de lhe pedir para poder fazer um retrato, certo dia peguei no meu bloco de desenhos que levava para toda a parte (creio que tinha uns 10 anos) e fui para o café do Ti Zé Robalo, onde havia um quadro pintado a óleo do Tonho D'Aldeia, cujo autor nunca cheguei a saber. Ali fiquei um par de horas e lá fiz o que queria. Passados 20 anos, lembro-me muitas vezes do desenho mas não sei o seu paradeiro pois na última mudança de casa perdi-lhe o rasto.
Talvez um dia o encontre. Para já recomendo a leitura deste pequeno artigo que muitas memórias me trouxe.
Rui Reis