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Blogue para aqueles que têm raízes nesta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova e não tiram do pensamento a aldeia que os viu nascer. Pretende-se divulgar a história e cultura da Aldeia e dar a conhecer o que por aqui acontece!
6 de Novembro - Nuno de Santa Maria, Rel.
Lua Nova às 4 h e 52 m a 13 graus em Escorpião. Calmarias. Planta-se couve-galega, repolho, alcachofras, espargos, morangueiros, etc.. Dispõem-se na terra dentes de alho, devendo preferir-se os mais extensos, que depois darão cabeças mais volumosas. Se ainda não foi feito, como convinha, o encaldeiramento das cepas, não deve demorar-se muito tempo.
Fonte: O Seringador
A nossa querida aldeia faz hoje 174 anos. A data marca a passagem desta localidade do extinto concelho de Proença-a-Velha, para o de Idanha-a-Nova. Esta é uma data simbólica, uma vez que a sua Igreja Matriz, por exemplo, celebrou recentemente os 300 anos de existência.
Hoje, de forma singela, assinalamos aqui a data desta aldeia lindíssima localizada no coração da Beira Baixa.
Recordemos um pouco da sua história:
De acordo com alguns registos, a aldeia terá nascido à volta de um velho castro, em época remota muito anterior à formação de Portugal, existindo mesmo vestígios que parecem justificar a existência de presença humana desde, pelo menos, o tempo dos romanos e dos Lusitanos. O primitivo nome ter-lhe-á vindo de uma velha família do tempo da acção repovoadora, os irmãos Gosende. Quando o povoamento definitivo desta freguesia se verifica já o nome primitivo se teria perdido e era conhecida, somente, por aldeia.
Como sucedeu com outras localidades da época do repovoamento, a esta palavra acrescentou-se o nome de um santo. Ora, viveu no século III, perto de Antioquia, cidade turca de grande importância na época, uma jovem muito bonita, de nome Margarida, que foi expulsa de casa por ter aderido ao Cristianismo. Fez-se pastora e mais tarde, por ter mantido a sua convicção, foi martirizada. Assumiu grande popularidade na Europa dando o seu nome a pessoas de todas as categorias sociais e a grande número de localidades.
Foi, pois, mas já numa época mais recente, que o nome desta santa veio completar o actual topónimo de Aldeia de Santa Margarida. Isto porque o culto a Santa Margarida, na Península Ibérica, apenas se verifica a partir do século XIV. Tal como aconteceu, de um modo geral em toda a região da velha Egitânia (hoje conhecida por Idanha-a-Velha), a sua população seria muito reduzida, havendo inclusive suspeitas de que a freguesia, durante o século XII, possa mesmo ter chegado a ficar deserta ou quase desabitada.
Embora se desconheça com total certeza qual a verdadeira origem da freguesia de Aldeia de Santa Margarida, supõe-se igualmente que esta possa ter estado ligada à Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida por Ordem dos Templários ou Ordem dos Cavaleiros Templários. De acordo com os diversos relatos históricos existentes, esta ordem de cavalaria teve uma forte influência na região da Beira Baixa durante o período da Reconquista.
Embora algumas marcas se tenham perdido ao longo dos tempos, são vários os vestígios da idade avançada desta localidade que ainda se podem observar ao percorrer as ruas e arredores da aldeia. Na Lajola, que se pensa ser a parte mais antiga da povoação, existiam algumas sepulturas cavadas no granito mas que, hoje, se encontram cobertas com cimento. Na Rua do Reduto existe aquilo que terá sido um castro romano. No quintal anexo terão existido mesmo restos de um contraforte, um poço e uma parede, com toda a probabilidade de ter feito parte do complexo do reduto.
A Igreja Matriz de Aldeia de Santa Margarida, de acordo com uma inscrição cravada numa pedra por cima da porta da entrada principal, é datada de 1708 e foi recentemente restaurada. No campanário da mesma, na fachada que se encontra virada para a estrada, pode-se ver uma pedra que se pensa ser de origem romana. Devido à acção da hera, que durante muitos anos cobriu esta pedra, as inscrições estão, nos dias de hoje, praticamente ilegíveis. Na outra parede está ainda instalada uma das várias fontes distribuídas por diversas ruas da freguesia.