A curiosidade de um fotojornalista e uma criança de 3 anos estão na origem de um novo instrumento musical da Beira Baixa, o cavaquinho da Beira ou "beiroinha", que já obteve o registo de marca nacional.
Notícia completa em SIC Notícias
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Blogue para aqueles que têm raízes nesta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova e não tiram do pensamento a aldeia que os viu nascer. Pretende-se divulgar a história e cultura da Aldeia e dar a conhecer o que por aqui acontece!
A curiosidade de um fotojornalista e uma criança de 3 anos estão na origem de um novo instrumento musical da Beira Baixa, o cavaquinho da Beira ou "beiroinha", que já obteve o registo de marca nacional.
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No blogue "Caixa do Tempo" encontrei este texto que fala de uma pessoa da nossa aldeia. Procurei pedir ao autor do texto, Rodrigo Gonzalez, autorização para o colocar aqui. Até hoje não recebi qualquer resposta, mas "arrisco" porque o texto é delicioso (além de público).
Bons amigos
Gostei muito que falassem da D.ª Isabel. Foi minha Professora durante dois anos: 3ª e 4ª classe.
Quanto a datas a minha memória vai esvanecendo-se no tempo. Depois de andar os dois primeiros anos em Proença-a-Velha com o Professor Filipe, fui a aprender juntamente com o meu Irmão António para a Aldeia, uma vez que tinha uma escola nova e também Professora residente: a Senhora Dª Isabel Marcelo Curto. Isto por volta de 1936. Ela já estaria a ensinar há um ano, pois, começava uma 2ª classe. O meu Irmão António foi para a 4ª com um pequeno grupo e eu para a 3ª, lembrando-me dos meus colegas: Celeste Curto. Manecas Morais, Joaquim Fernandes. Não sei se esqueci alguém. Talvez.
Admirei sempre muito a sua paciência e maneira de ensinar, pois, dar aulas a quatro classes ao mesmo tempo não será fácil. Bons tempos! Creio que na totalidade seríamos uns quarenta ou mais alunos. Uma vez que enveredei pelo ensino, confesso, que muito aprendi com o seu método.
Por duas vezes me deu algumas reguadas, mas não por motivos de aprendizagem.
Muitas vezes íamos para sua casa, principalmente na 4ª classe para nos fazer algumas revisões, apesar de já ter o seu filho Francisco que muitas vezes levava para a escola e com frequência andei com ele colo.
Também, algumas vezes fomos à sua residência para ouvir na telefonia, rara naqueles tempos, os teatros radiofónicas para crianças.
Muito interessada em todos os seus alunos, principalmente por aqueles que os Pais não enviavam à escola. Algumas vezes me enviou à procura dos faltosos, levando-lhes a multa que era de cinco escudos, hoje, dois cêntimos e meio. Muito dinheiro para aquela época, que era pouco mais ou menos o salário de um jornaleiro de sol a sol.
Não vou falar dos seus problemas, nem dos seus olhos rasos de lágrimas com que muitas vezes chegava às aulas. Sempre me pareceu a mulher forte, capaz de suportar todos os revezes.
Em Lisboa, já no após 25 de Abril de 1974, fui visitá-la a seu pedido e tivemos conversas longas… E num dia telefonou-me para lhe ir administrar a Santa Unção. Que serenidade! Faleceu poucos dias depois. Quando o seu corpo saiu de Lisboa lembro-me de ter encontrado o Joaquim Fernandes.
Creio que não era originária de Monsanto, mas talvez de Aldeia de João Pires. É questão de pesquisa.
Parece-me muito bem que se lhe faça uma homenagem ou talvez o nome de uma rua ou que a escola tenha o seu nome. Agora não tem alunos, mas talvez a sua memória seja um bom augúrio para o futuro, próximo ou longínquo.
Podem utilizar o que quiserem. Gosto muito do blogue.
Abraço amigo
Padre João Caria Leitão
Estávamos no ano de 1958, e, como sempre no Sábado de Ressurreição, os sinos começavam a tocar no campanário da nossa aldeia. Soavam todo o dia e toda a noite, incomodando algumas pessoas que não gostavam dessa tradição.
E, vai de lá, um dos vizinhos (rico), chamou a GNR (creio que do Pedrogão), e prenderam o PRIMO MANEL E O TIO ZÉ PRETO, que eram os que permaneceram, junto Campanário. E, lá tive que ir a correr para as Sesmarias avisar a tia, que o Primo Manel estava preso.
Não passou tudo de um susto, pois a filosofia e a graça, desse homem muito bom que era o TI ZÉ PRETO, levou que a GNR a "arquivar" a queixa e beber uns copos com os réus.
1955. Início de ano lectivo, escola nova recém inaugurada, cheirando a novinha (sim, em Aldeia de Santa Margarida já tivemos duas (2) escolas funcionando simultaneamente. Estamos na contra-mão da História). Bem voltemos ao assunto: certa manhã ao entrar na sala de aula, a maior desordem. O taco todo levantado, levantou também as carteiras, provocando todo este reboliço tão assustador. Fosse hoje acharíamos que os "skinheads" teriam passado por ali, mas não. Que aconteceu? Segundo as explicações da física, dois materiais sobrepostos com coeficientes de dilatação diferentes, assim como do meu pai, que tinha trabalhado como pedreiro na construção, daí o apelido de "Chico Pedreiro". Mas na nossa cabecinha, sabíamos que não: afinal ali tinha sido um antigo cemitério. E agora é a casa da Junta da Freguesia.
Quem se lembra? Isto foi na primeira classe de 1955.
Saíamos os alunos da escola quando perto da igreja um caminhão tombou com carga de bebidas. Lembro-me precisamente das garrafas de gasosa espalhadas pelo chão. Uma curiosidade e antiga pratica de fechar as garrafas era do seguinte modo: Quando do fabrico da garrafa ficava dentro uma bola de vidro,que não saía pela boca da mesma. Quando engarrafada a bebida com gás, este era em quantidade tal que fazia a bolinha subir com se fosse sair,mas não cabia. Então a pressão do gás mantinha a mesma em cima fazendo com que esta ficasse perfeitamente fechada. Quando do consumo da “gasosa” que não era mais que um xarope doce gaseificado, bastava empurrar com o dedo a bola para baixo. O gás em excesso saía, a bola caía para o fundo da garrafa liberando assim a bebida para ser consumida pelos “miúdos” em geral. Lembram-se Gracinda de Jesus Afonso Robalo, Francisco Luís Fernandes (Chico Luís), Horácio Pereira, Adelaide Camejo e todos os outros citados na mensagem do Chico Luís? É isso mesmo lá pelo ano de l956/57.